a psicologia explica?

Com Sibila Mozer
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Por que seus relacionamentos dão errado?

Manter um relacionamento saudável e duradouro é um desafio constante que atravessa diferentes fases da vida. Quando falamos sobre relações, uma palavra costuma aparecer como a chave de tudo: *comunicação*. Mas será que só falar é suficiente?


Neste artigo, vamos além da ideia de “se comunicar bem”. Vamos entender quais são os pilares fundamentais que sustentam uma boa comunicação e, consequentemente, relações mais saudáveis — seja na vida amorosa, familiar, profissional ou social.


Comunicação é Base, mas Não é Tudo


Sim, comunicação é essencial. Contudo, não se trata apenas de escolher palavras educadas, sutis e cuidadosas. Antes de falar, é preciso olhar para dentro. A qualidade da comunicação depende diretamente da qualidade da relação que temos conosco.


Antes de Falar, é Preciso se Conhecer


O primeiro pilar é o autoconhecimento. Entender nossos próprios padrões, emoções e reações é o começo. Por exemplo, perceber que você tem uma tendência à explosão, à passividade ou à busca excessiva por agradar os outros já é um grande passo.


Mas existe algo além: a autoconsciência


Enquanto o autoconhecimento é perceber quem você é e como reage, a autoconsciência é compreender o impacto que esses comportamentos têm sobre você e sobre as pessoas ao seu redor. É entender que ser explosivo, por exemplo, pode gerar afastamento, desgaste e mágoas e, com isso, refletir se essa é realmente a forma como você deseja se posicionar no mundo e nas suas relações.


Desenvolvendo o Autorelacionamento


O que é, afinal, ter um bom relacionamento consigo?


Ter um bom autorelacionamento é estar em constante observação sobre quem você é, reconhecendo seus limites, necessidades e pontos de desenvolvimento. Isso permite:


* Reduzir a ansiedade e o estresse;

* Estabelecer limites saudáveis com os outros;

* Refletir sobre quais padrões de comportamento você deseja manter ou transformar.


Limites: uma Construção Necessária


Falar sobre limites muitas vezes soa como impor barreiras rígidas. Na verdade, limites são acordos vivos, que podem ser flexíveis e ajustáveis conforme o tempo e as circunstâncias.


Existem:


* Seus limites pessoais: aquilo que você tolera, aceita ou não abre mão;

* Limites do casal ou da relação: acordos conjuntos que respeitam a individualidade de cada um.


Colocar limites não é dizer “não” de forma agressiva. É, sim, se posicionar com clareza sobre o que é confortável, saudável e desejável para você e, ao mesmo tempo, escutar os limites do outro.


Negociação: o Verdadeiro Segredo das Relações Duradouras


O ponto mais fundamental de qualquer relacionamento é a capacidade de negociação. Ela não acontece uma vez só — é diária e constante.


Negociamos desde pequenas coisas do cotidiano, como quem tira o lixo, quem faz o café, até questões maiores: filhos, religião, convívio com familiares, viagens, finanças, entre outros.


A negociação exige:


* Respeito mútuo;

* Capacidade de ouvir e ser ouvido;

* Flexibilidade para adaptar os acordos quando necessário.


Relações de longa duração — sejam amorosas, de amizade, familiares ou profissionais — não sobrevivem sem negociação constante e respeitosa.


Quando a Comunicação se Torna Verdadeiramente Assertiva


A comunicação assertiva surge naturalmente quando os três pilares anteriores estão presentes:


* Autoconhecimento: eu sei quem sou e o que preciso;

* Autoconsciência: eu entendo como meu comportamento impacta o outro;

* Negociação: eu busco soluções conjuntas que respeitem a mim e ao outro.


A partir disso, a comunicação deixa de ser agressiva, passiva ou confusa e se torna clara, empática e efetiva.


Conclusão


Construir relações saudáveis não é sobre nunca discordar ou não ter conflitos. É sobre aprender a se olhar, entender seus próprios processos, estabelecer limites e negociar constantemente.


Esse é o verdadeiro segredo das relações duradouras: um ciclo contínuo de reflexão, diálogo e cuidado mútuo.

Confira meu vídeo sobre o tema no youtube!

Curiosidade artística: escolha da capa O Encontro na Escadaria da Torre - Sir Frederic William Burton, em paródia de design próprio. A obra representa um amor trágico impossível entre uma princesa e um guarda.